Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão ainda nesta quinta-feira (22), parte de uma investigação que apura fraudes no comércio de grãos em Dourados (com prejuízos R$ 130 milhões a produtores rurais), levou três pessoas à prisão.
Entretanto, o motivo que levou os homens de 70, 50 e 51 anos para a cadeia, mais propriamente dito, foram as diversas armas, de uso restrito e permitido, que foram apreendidas junto da série de itens que, supostamente, ligam o grupo ao esquema que aflige produtores rurais locais.
As equipes das delegacias de Atendimento à Mulher (DAM) e 2ª de Polícia de Dourados realizaram as diligências que encontraram 10 armas de fogo ilegais em uma fazenda localizada no distrito de Macaúba.
Em descrição, os policiais indicam que, dos dez armamentos apreendidos, nove se tratavam de armas longas (sendo uma carabina restrita de calibre 7,62), além de um revólver 38. Foram apreendidas também 311 munições dos mais variados calibres.
Pelo armamento, os homens foram detidos e levados até a 2ª Delegacia de Polícia e autuadores em flagrantes por: "posse irregular de arma de fogo de uso permitido" e "porte ou posse ilegal de arma de fogo de uso restrito".
Sendo o motor para as diligências, as investigações da polícia civil apontam que o esquema fraudulento no comércio de grãos em Dourados já pode ter gerado prejuízo de até R$ 130 milhões a diversos produtores rurais.
Além das armas, os policiais localizaram quantias de dinheiro em espécie e aproximadamente R$ 14,5 milhões em folhas de cheque. O grupo ainda armazenava cerca de 11 volumes que fazem referência ao controle de caixa.
Esses volumes, classificados como "movimento de caixa/ pagamentos de fornecedores 2023" e "pagamentos contábeis 2023" possuem ainda a identificação em papel timbrado do Grupo agrícola JHD.
Com atividade econômica principal descrita como "fabricação de alimentos para animais", a empresa com sede localizada na Rodovia MS-276, no distrito de Indápolis ainda lista como secundários os seguintes serviços:
Com situação cadastral ativa, o grupo JHD Fabricação e Comercio de Ração, Importação e Exportação, Armazenagem de Cereais e Transporte Rodoviários possui quase uma década de atividade.
Ainda assim, dividido entre JHD "cereais" e "transportes", o grupo apresenta baixa movimentação através das redes sociais no último ano, sendo que seu site está desativado.
Importante frisar que, apesar da identificação contendo o nome da empresa, como as investigações seguem em curso, não é possível confirmar a participação da empresa no esquema criminoso.
Dando sequência às investigações, analisando agora o material apreendido, a polícia não descarta também a identificação de novas vítimas que, ao venderem suas safras ao grupo investigado, podem ter levado prejuízos financeiros.
Leo Ribeiro/CorreioDoEstado
