A ideia de ter mais do que apenas um dia de descanso por semana tem sido apoiada em peso pela população, principalmente por quem conhece de perto a realidade da escala 6x1.
Por outro lado, alguns empresários, cuja lucratividade depende da utilização contínua da mão de obra de seus funcionários, se colocam veementemente contra a proposta.
Maior representante da categoria lojista no estado, a presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDLMS), Inês Santiago acredita que "a possibilidade de mudar a escala de trabalho é um risco para a estabilidade financeira das empresas".
"O que gera emprego é o desenvolvimento econômico impulsionado por políticas públicas favoráveis, não é a redução da jornada de trabalho, como quer a PEC. A mudança vai gerar custos adicionais e impactar até mesmo na produção. Com isso, o empregador teria que contratar mais trabalhadores, onerando a sua folha, para dar conta da mesma demanda diária e, consequentemente, terá que fazer cortes em outras áreas da empresa", completou.
Tendo como objetivo proporcionar uma uma jornada de trabalho mais equilibrada para os trabalhadores brasileiros, o movimento Vida Além do Trabalho (VAT) foi criado pelo influenciador e recém eleito vereador do Rio de Janeiro, Rick Azevedo (PSOL-RJ).
Apresentada em 1° de maio, Dia do Trabalhador, pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que propõe o fim da escala de trabalho 6x1 se tornou o principal assunto em debate no Brasil na última semana.
Essa discussão fez com que diversos deputados se posicionassem, favoráveis ou não à pauta.
Até o momento, dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul, metade assinaram favoravelmente para que a PEC tramite na Câmara de Deputados.
São eles: Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB) e Vander Loubet (PT).
Já os deputados Beto Pereira (PSDB), Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL) se posicionaram contrários ou não se manifestaram.
Para que tramite na Câmara de Deputados, são necessárias 171 assinaturas. Até agora, 140 foram coletadas.
Após a coleta das assinaturas, a PEC poderá passar por análise e votação, onde serão precisas, ao menos, 308 votos na Câmara e 49 no Senado para aprovação.
Mariana Piell/CorreioDoEstado