Com o avanço nas obras da Rota Bioceânica, Porto Murtinho ganhará um porto multifuncional. A novidade foi apresentada nesta segunda-feira (07) ao governador Eduardo Riedel durante encontro com o presidente da PTP, Guillermo Misiano e executivos da empresa PTP Group, responsável pelo empreendimento.
A empresa tem plano de trabalhar com granel ou contêiner, e futuramente com combustíveis.
Atualmente o grupo responsável é o maior operador no Rio Paraguai, com uma série de portos no Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, além da Espanha.
“É uma empresa relevante no sistema de cargas, que faz toda a operação ao longo do Rio Paraguai, em diversos produtos. A PTP já adquiriu a área e apresentou os projetos ao governo do Estado para instalação de um porto multifuncional”, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), que participou do encontro.
A expectativa é que seja feita a operação com fornecimento de fertilizantes, o caminhão que leva grãos até Porto Murtinho tem a possibilidade de retornar com carga. “Então todo o circuito passa a ser mais competitivo, mais barato para o produtor, que vai ter a possibilidade de ter melhor preço para seus grãos e comprar os fertilizantes mais barato que com as opções atuais”.
Segundo informações, a empresa espera a licença ambiental e deve começar a construção, com previsão de conclusão da primeira fase até o fim do próximo ano.
A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 km que ligará os dois maiores oceanos do planeta, o Atlântico e o Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, além de passar pelo Paraguai e pela Argentina.
O projeto da rota, que começou a ser debatido em 2014 e que teve início em 2017, tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.
A ideia é de que o corredor rodoviário entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile interligue o Pacífico e o Atlântico ao mundo.
Conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.
A Rota Bioceânica, conforme os mais otimistas, terá potencial de movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.
Do lado paraguaio, as obras também estão em andamento. O primeiro tramo de pavimentação, entre Carmelo Peralta e Marechal Estigarribia, está perto de sua conclusão.
Já o segundo, entre Estigarribia e a fronteira com a Argentina, de mais de 220 km de extensão, deve ter os trabalhos começados em abril. Nesse mesmo mês terá início o acesso à ponte do lado paraguaio, em Carmelo Peralta.
Alicia Miyashiro/CorreioDoEstado