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Mato Grosso do Sul registra primeiro caso autóctone da Febre Oropouche

Casos autóctones são aqueles em que o caso diagnosticado teve sua origem no mesmo local de residência do indivíduo. A doença não foi trazida por pessoas de fora como no primeiro caso registrado

Publicada em 15/08/2024 às 09:43h

por Redação


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Mato Grosso do Sul registra primeiro caso autóctone da Febre Oropouche
MS registra primeiro caso autóctone da Febre Oropouche  (Foto: Divulgação)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou nesta quarta-feira (13) o primeiro caso de febre do Oropouche com transmissão local no Estado.

Um homem de 52 anos, residente em Itaporã, testou positivo para a doença após apresentar sintomas como dor de cabeça e dores musculares.

O caso foi registrado em abril e o homem atualmente está em fase de recuperação.

Conforme a gerente técnica estadual de Doenças Endêmicas da SES, Jéssica Klener Lemos dos Santos, foi iniciada uma série de ações de vigilância após a confirmação do primeiro caso importado em junho,

Entre as medidas adotadas, estão a sistematização das informações dos casos suspeitos e confirmados (deslocamentos, sintomas, quadro clínico etc.), coleta de amostras de outros pacientes para testagem pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul), com o objetivo de fortalecer a vigilância da doença.

Caso

No dia 4 de abril, um homem de 52 anos procurou a unidade de saúde no município de Itaporã, relatando sintomas de cefaléia e mialgia. Para iniciar a investigação da causa dos sintomas, foi colhida uma amostra de sangue no dia 5 e enviada ao Lacen, dando resultado negativo para as arboviroses dengue, zika e chikungunya.

No entanto, em 21 de julho, após a ampliação das medidas de vigilância, a mesma amostra foi reavaliada com uma estratégia de detecção abrangente, e o resultado indicou a presença da arbovirose Oropouche.

Após a confirmação, foi realizada uma investigação detalhada para coletar mais informações sobre o caso, incluindo análise do histórico de viagens, exposição a áreas de mata e visitas de pessoas que poderiam ter viajado recentemente.

A investigação concluiu que não houve evidências de exposições externas, levando à conclusão de que o caso foi de transmissão autóctone.

Os casos autóctones são aqueles que se originam no local onde o diagnóstico é realizado.

"A transmissão autóctone significa que o caso diagnosticado teve sua origem no mesmo local de residência do indivíduo. A doença não foi trazida por pessoas de fora, como no caso anterior; está acontecendo na própria região", explica Jéssica.

Jéssica ainda reforça que, desde junho, das 818 amostras testadas pelo Lacen e que inicialmente deram negativo para o protocolo ZDC, apenas duas resultaram positivas para a febre do Oropouche.

"Não há motivo para pânico da população; a confirmação do caso com transmissão autóctone veio através da série de medidas implementadas pelo Estado para vigilância da arbovirose", conclui.

Primeiro caso confirmado

No dia 12 de junho, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou o primeiro caso de Febre do Oropouche em Mato Grosso do Sul. A paciente é mulher de 42 anos, moradora de Campo Grande.

Dias após a confirmação da doença, foi informado que a mulher contraiu o vírus na cidade de Ilhéus, na Bahia, onde passava férias, no início de junho. Desta forma, o caso foi tratado como alóctone, que é quando a doença é importada de outra localidade

Febre Oropouche

A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus, que foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. 

Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente, nos estados da região amazônica.

Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).

A transmissão é feita principalmente por mosquitos da espécie 'maruim' ou 'mosquito-pólvora.

Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

  • Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
  • Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal.

Sintomas

Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento da rede de saúde.

Aumento de casos

A incidência de casos tem aumentado no Brasil. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, neste ano foram confirmados 6.207 casos, enquanto em todo o ano de 2023 foram 835.

A maioria dos casos se concentra na região norte. Atualmente, com exceção do Tocantins, todos os estados da região norte registraram casos autóctones (oriundos do mesmo local onde ocorreu a doença).

Dos estados da região extra-amazônica, 5 já registraram casos autóctones, sendo eles Piauí, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O Brasil ainda não registrou nenhuma morte pela doença.

Alicia Miyashiro/CorreioDoEstado










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