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Decreto que obriga reciclagem faz setor crescer em cinco anos em MS

Cobrança para que indústrias participem do ciclo reprodutivo de embalagens fez com que cooperativas de catadores que tivessem crescimento de 66%

Publicada em 29/07/2024 às 11:15h

por Redação


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Trabalho de separação de produtos recicláveis em Campo Grande  (Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado)

Com apenas cinco anos de vigor, os decretos estaduais que adotam as diretrizes para a renovação sustentável dos produtos oriundos das indústrias de embalagens em Mato Grosso do Sul, causou um crescimento de 66% do setor de reciclagem.

Processo de logística reversa que inicia em cooperativas de trabalhadores de materiais recicláveis (catadores), rendeu para a Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis dos Aterros Sanitários de MS (ATMARAS), em Campo Grande, R$ 500 mil no ano de 2022, com a separação e venda de produtos recicláveis que seriam descartados no aterro sanitário.

Os Decretos n°15.340 de dezembro de 2019 e n° 16.089, de janeiro de 2023, foram publicados após 136 ações na justiça por parte do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que cobrou as empresas e indústrias que não estavam cumprindo as diretrizes da logística reversa, prevista nacionalmente.

Essa iniciativa fez com que a cooperativa de catadores da ATMARAS tivessem aumento de 66% no número de empresas que compram o material reciclável separado. 

Antes dos decretos, em 2018, de acordo com o ATMARAS, a cooperativa atendia apenas três empresas que intermedem a venda do reciclável para as indústrias de embalagem, neste ano a cooperativa têm como clientes cinco empresas que atuam em Mato Grosso do Sul e em outros estados. 

Em entrevista para o Correio do Estado, o sócio-fundador da cooperativa Coopermaras/Atmaras, Daniel Arguello Obelar, falou sobre as mudanças benéficas que a Logística Reversa de Embalagens trouxe para o trabalho na usina de triagem de materiais recicláveis da coleta seletiva.

“O decreto veio para dar uma cobrança nas indústrias aqui, dando uma fortalecida para a gente por conta da procura de indústrias no Estado de cooperativas que fazem a separação dos materiais recicláveis, dando uma condição melhor no trabalho do catador”,  disse Obelar.

Com o aumento no número de empresas que buscaram o serviço, a concorrência na venda de embalagens para reciclagem também foi impulsionada.

“O aumento de empresas que trabalhamos teve até uma concorrência saudável de procuradores de nota, de pagamento do serviço que é feito de recolhimento”, acrescentou.

Saiba

Antes do decreto estadual de 2019 de incentivo a logística reversa, a  Coopermaras/Atmaras já trabalhava com esta iniciativa há oito anos

Apesar deste aumento, de acordo com o Daniel, uma ampla concorrência com a venda direta do material reciclável para as indústrias, seria o ideal dentro do sistema de logística reversa.

“Infelizmente como o processo está hoje em dia, existe uma questão de fidelidade que temos que ter com as empresas que nos procuram para intermediar a venda do material reciclável as indústrias. E por isso não temos aqui uma disputa pela comercialização de nota, se tivesse poderíamos comercializar a nota com várias empresas”, declara Daniel.

PROCESSO DE TRIAGEM

A triagem dos coletores é uma das etapas da logística reversas, que consiste em um ciclo de reutilização de embalagens que são produzidas pelas indústrias, saem para serem distribuídas no varejo, chegam no consumidor do produto que descarta as embalagens que são coletadas e selecionadas pelas cooperativas, que vendem o material para empresas de reciclagem transformarem a embalagem descartada em matéria-prima para as indústrias reutilizarem na confecção de novas embalagens.

A reportagem do Correio do Estado acompanhou como é o processo deste ciclo na fase de coleta e seleção na usina de triagem de materiais recicláveis da coleta seletiva de Campo Grande.

Conforme foi demonstrado pelo sócio-fundador da cooperativa Coopermaras/Atmaras, toneladas de lixo com materiais reutilizáveis como vidro, plástico, papelão, cobre e latinhas de alumínio passam por uma triagem inicial de catadores que colocam nas esteras os materiais reutilizáveis.

Nas esteras, trabalhadoras separam os produtos descartados para cada tipo de material reciclável.

De acordo com a cooperativa Coopermaras/Atmaras, em cada esteira os catadores separam 70 toneladas de resíduos recicláveis por mês.

Porém, diariamente, 40% do lixo que é separado pela população consumidora não é reutilizado pelos catadores, devido a separação incorreta dos materiais que são recicláveis, ou chegam sem condições de reaproveitamento.

“É importante a população entender através da educação ambiental que este material que vai chegar até a gente, esteja em condições retornáveis para as indústrias. Infelizmente ainda chega na coleta de recicláveis, fezes de animais, folhas, fraudas, lixo em geral”, alertou Daniel.

Após a separação de cada material reciclável feito pelos catadores nas esteiras, estes produtos reutilizáveis são prensados por máquinas, virando fardos, que são vendidos para as empresas de reciclagem. 

ADESÃO 

Após o MPMS ajuizar 136 ações contra empresas e representantes do setor industrial, por não estarem cumprindo as diretrizes da logística reversa, as empresas que possuem produtos com embalagens no Estado, reciclaram mais de 80 mil toneladas de lixo, de 2019 a 2021, segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

O Imasul informa ainda que no primeiro ano de vigência, em 2019, foram cadastradas 5.476 empresas no sistema, que comprovaram 24.796l toneladas de embalagens em geral, retornadas ao ciclo produtivo e não foram depositadas indevidamente em aterros sanitários.

Já em 2020, o instituto relata que foram 6.105 empresas cadastradas e que registraram mais de 27 mil toneladas de retorno de resíduos ao ciclo produtivo.

Em 2021, último ano-base que foi catalogado, os resultados prévios apontam para 5.744 empresas que fizeram cadastro no sistema e o retorno de mais de 29 mil toneladas de embalagens.

Judson Marinho/CorreioDoEstado










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