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Efeitos do La Ninã podem impactar em incêndios florestais no Pantanal

Fenômeno que se intensifica a partir de julho em Mato Grosso do Sul foi um dos causadores do recorde de áreas queimadas no bioma em 2020; previsão é de que próximos 3 meses sejam secos

Publicada em 02/07/2024 às 15:14h

por Redação


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Força Nacional chegou ao Pantanal na semana passada e faz da tecnologia uma aliada contra o fogo  (Foto: Saul Schramm/Governo do Estado)

As baixas temperaturas e a garoa fina do fim de semana não foram o suficientes para diminuir a preocupação com o avanço dos focos de incêndios no Pantanal.

Neste mês de julho a atuação do fenômeno La Ninã começa a se manifestar com mais intensidade, podendo manter o regime de seca até setembro, o que preocupa brigadistas do Prevfogo. 

Em entrevista para o Correio do Estado, o coordenador do Prevfogo em Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, explicou a preocupação com a interferência do fenômeno La Ninã nas  condições climáticas no Pantanal.

“Neste mês de julho vai pegar com mais força o fenômeno La Ninã, e foi na época do La Ninã que teve aquele grande incêndio de 2020. Então a gente está preocupado que o La Ninã pegue força em julho, agosto e setembro, e nestes três meses normalmente chove pouco no Pantanal, então isto interfere no comportamento do fogo”, disse Yule.

Neste ano o período de grande possibilidade de incêndios no bioma aconteceu antes do previsto, devido a seca no Estado no mês de junho, portanto esta estiagem de julho, agosto e setembro já vem ocorrendo de forma antecipada.

“Diversos fatores interferem no comportamento do fogo, o tipo de combustível, o relevo onde está ocorrendo o incêndio florestal e as condições climáticas. Sobre o clima já estamos enfrentando um longo período de estiagem, aqui em Corumbá vamos chegar em 80 dias sem chuvas expressivas”, disse.

Em 2020 a totalidade de área queimada no Pantanal foi de 3.909.075 hectares (26% do bioma) queimados, os incêndios começaram a se intensificar no Pantanal a partir do mês de julho.

De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), até o úlitmo sábado (29) foram consumidos pelo fogo 700 mil hectares no Pantanal, registro que preocupa já que os índices de incêndios florestais deste ano já estão no mesmo patamar do que ocorreu em agosto de 2020.

Dados do Lasa/UFRJ mostram que no ano do recorde de queimadas, esse patamar foi alcançado apenas no dia 5 de agosto, quando mais de 717 mil hectares haviam sido queimados.

SECA DEVE SEGUIR 

Conforme informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS) o período de seca no Estado vem se estabelecendo desde o fim do ano passado.

Esta seca influenciou para que a área queimada no Pantanal neste ano, comparado com os registros de 2020, esteja mais elevada. Já que em 2020, até o mês de junho, 266 mil hectares foram queimados no Pantanal, e neste ano, já passaram dos 700 mil ha.

Do sábado (29) até este início de semana as temperaturas diminuíram em Corumbá e em algumas regiões do Estado com chuva fraca, porém a quantidade de milímetros não deve impedir o progresso da seca no Mato Grosso do Sul. 

Segundo o Cemtec, entre hoje e quinta-feira (4) a previsão indica a volta do tempo estável, com sol e poucas nuvens. Estão previstas temperaturas mínimas entre 12-17°C e máximas entre 29-32°C para as regiões sul e sudeste.

Nas regiões pantaneira e sudoeste esperam-se mínimas entre 16-21°C e máximas entre 32-34°C. 

Nos próximos três meses (julho, agosto e setembro) é esperado em Mato Grosso do Sul que a precipitação fique abaixo da média histórica e as temperaturas acima da média, demonstrando que a expectativa é que o período de seca se estenda no decorrer do segundo semestre do ano.

Referente a La Ninã, de acordo com o Cemtec, o fenômeno deve prevalecer no mês de setembro, trazendo para o Estado frentes frias mais curtas e secas.

EFETIVO PREVFOGO 

Atualmente no Pantanal sul-mato-grossense 183 pessoas do Ibama/Prevfogo atuam na operação de combate as chamas, além de equipes do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e da Força Nacional, além de brigadistas de outras instituições.

Segundo o coordenador do Prevfogo no Estado, por causa da previsão de continuidade da seca, o contingente vai aumentar nesta semana, ficando com 232 pessoas na operação. O Ibama/Prevfogo possui no combate aos incêndios florestais seis aeronaves, sendo  quatro aviões Air Tractor e dois helicópteros.

No solo o Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais possui seis caminhonetes 4x4, um caminhão preparado para o combate aos incêndios, dois veículos que transportam brigadistas, e ontem um Posto de Comando Móvel foi instalado em Corumbá para o Prevfogo.

Saiba 

De acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Mato Grosso do Sul, no mês de junho, teve 2.737 focos ativos de incêndios florestais registrados, sendo este o maior número de focos de fogo de toda a série histórica da pesquisa.

Judson Marinho/CorrreioDoEstado










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