Cerca de 27 mil dos domicílios em Mato Grosso do Sul precisam privar até os alimentos para as crianças da família, caracterizada como insegurança alimentar grave. Ou seja, em 2,6% das residências do Estado, há crianças passando fome.
É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada nesta quinta-feira (25) e que traz dados procupantes sobre a insegurança alimentar dos sul-mato-grossenses, principalmente com relação às crianças.
A segurança alimentar é a disponibilidade de alimentar na frequência e quantidade adequadas.
A pesquisa foi realizada em parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Apesar de relevante, comparando com a Pesquisa de Orçamento Familiares (POF) de 2017-18, houve uma queda de 42,3% na insegurança alimentar grave, já que na época foi apresentado que 4,5% das casas sofriam com essa situação.
Já em comparação com outros estados, o Mato Grosso do Sul ocupa a sexta colocação nas menores taxas de privação de alimentos para crianças.
Santa Catarina tem a menor, com 1,5%, e Pará é o maior, com 9,5%.
É importante salientar que, segundo a PNADC, há cerca de 1,04 milhão de domicílios em Mato Grosso do Sul.
Outro dado divulgado na pesquisa, desta positiva, foi que a segurança alimentar do sul-mato-grossenses aumentou em 24,1% (ou 12,8 em pontos percentuais) ao compararmos com a última realizada em 2017.
Em 2023, 78,2% (813 mil) dos domicílios conseguem se alimentar com frequência e quantidades adequadas. Já em 2017, o resultado foi de 63%.
Com isso, MS ocupa a sétima colocação no índice de maior segurança alimentar por domicílios. Em primeiro lugar ficou Santa Catarina (88,8%) e, em último, Sergipe (50,8%).
Na insegurança alimentar leve, foi apresentado que 15,1%, cerca de 157 mil domicílios, precisaram diminuir a qualidade dos alimentos usados nas refeições, mas sem alterar a quantidade.
Em 2017, 25,1% viviam nesta situação, ou seja, uma queda de 41%.
Neste aspecto, Mato Grosso do Sul ocupa a oitava posição nos estados com menores números. Em primeiro, Santa Catarina, com 8%, e em último, Sergipe, com 30%.
Já a insegurança alimentar moderada, 4,1% dos domicílios (42 mil) precisaram diminuir a quantidade de alimentos oferecidos à mesa, em 2023. Uma diminuição de 38% em relação ao apresentado em 2017 (6,7%).
Esses números colocam o estado na décima colocação dos menores coeficientes entre as UFs. Mais uma vez, Santa Catarina foi o primeiro, com 1,6%, e Sergipe em último, com 13,1%.
Segundo consta na própria pesquisa, as inseguranças são dividas em três graus, sendo leve, moderada e grave.
As definições são:
Felipe Machado/CorreioDoEstado