Em Mato Grosso do Sul, dados divulgados pela Receita Federal indicam que no Estado até o último sábado (23) foram entregues 88 mil Declarações de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPFs). As atividades tiverem início em 15 de março e estão previstas para serem encerradas em 31 de maio.
Para este ano a Receita Federal estima que 623.365 declarações sejam entregues dentro do período estipulado. Até o último sábado haviam sido entregues 6 milhões de documentos,
Na data da abertura, em 15 de março, o delegado da Receita Federal em Campo Grande, Zumilson Custódio da Silva, avaliou o ritmo de entrega como positivo, e, que isso se dá por conta da facilidade no preenchimento e envio da declaração.
Na ocasião, ao se considerar as primeiras horas, das 7h às 10h30, estima-se que foram entregues 8,4 mil declarações, o que dá uma média de 2.400 declarações por hora e 35 por minuto. “O programa é amigável e oferece todas as condições para que todos prestem contas com rapidez e segurança, uma vez que a Receita Federal oferece até mesmo a possibilidade de o contribuinte utilizar a declaração pré-preenchida”, detalhou o delegado.
Destacando a nova atualização do sistema para o exercício de 2024, especialistas do setor contábil e tributário elencam os principais pontos para fazer a declaração. A advogada tributarista, sócia do escritório Barbosa Milan Advogados Raiana Barbosa ressalta que “o imposto de renda, embora seja uma ação corriqueira, que ocorre todos os anos, é sempre um momento de apreensão, principalmente para a pessoa física que não está organizada para apresentar a DIRPF”.
Ela ainda lembra que atualmente a declaração é feita por meio de aplicativo, de forma simples, bastando que a pessoa tenha o acesso ao Gov.br, pelo Meu Imposto de Renda. "Dentro do sistema algumas informações já estarão lançadas, especialmente se o contribuinte tem imposto retido na fonte, que é quando o empregador recolhe mês a mês. Também constarão informações financeiras repetidas pelas instituições todos os anos, dados com custos de saúde, entre outros, comunicados pelos prestadores”, detalha Raiana.
No caso da declaração pré-preenchida, para iniciar o procedimento, o contribuinte precisa fazer um cadastro no e-Gov e ter nível de segurança prata ou ouro, ou ainda um certificado digital e-CPF, que é o Cadastro de Pessoa Física digital.
As informações importadas para a declaração devem ser conferidas com as informações de posse do contribuinte. Caso haja divergências, é necessário buscar qual das informações está incorreta e corrigi-la.
Algumas informações importantes podem não ser importadas ou importadas de forma incorreta, como dados de identificação do contribuinte, ocupação principal, dados de dependentes, alimentados, despesas com dependentes, algumas despesas dedutíveis ou não, variação patrimonial, rendimentos isentos e de tributação exclusiva, livro-caixa, quando for o caso, despesas e receitas da atividade rural, ganhos de capital, operações day trade, entre outras.
"Cabe ao contribuinte corrigir ou complementar essas informações na declaração a fim de que ela possa ser entregue de forma correta", reafirma Raiana.
O contabilista, Marco Antônio da Costa, ressalta que é possível optar por fazer doações diretas na declaração para entidades que cuidam de crianças, adolescentes e idosos, obedecendo aos limitesestabelecidos."Quando tiver imposto a pagar, basta o contribuinte escolher a forma de recebimento da restituição (quando houver) ou a quantidade de parcelas quando tiver imposto a pagar"
O download do programa gerador começou na terça-feira (12) para os contribuintes com conta prata ou ouro no Portal Gov.br. No entanto, mesmo quem baixou o programa e preencheu os formulários com antecedência só pode transmitir a declaração a partir desta sexta.
Quem opta pelo modelo entra na fila de prioridade da restituição, que inclui ainda contribuintes que recebem os valores por Pix, idosos acima de 60 anos, professores cuja maior fonte de renda é o magistério e cidadãos portadores de deficiência física ou mental ou doença grave.
A declaração deste ano tem uma série de mudanças em relação à do ano passado.
Devido à elevação do limite máximo de isenção do Imposto de Renda, o valor de rendimento tributável anual que obriga o contribuinte a fazer a declaração subiu para R$ 30.639,90.
Os valores relativos ao patrimônio mínimo e à renda de atividade rural, isenta e não tributada também aumentaram. Em contrapartida, os valores de dedução não mudaram.
A lei que taxou as offshores e os fundos exclusivos também introduziu novas obrigações para declarar o Imposto de Renda. Os bens abrangidos pela lei, bem como suas atualizações, precisam ser declarados.
O prazo de entrega vai até 31 de maio, às 23h59min59s. Quem perder o prazo pagará multa de 1% sobre o imposto devido, com valor mínimo de R$ 165,74, ou 20% do imposto devido, prevalecendo o maior valor.
É obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2024 o contribuinte que:
Evelyn Thamaris/CorreioDoEstado