Após análise de 4.738 km da malha rodoviária de Mato Grosso do Sul, a 26ª edição da Pesquisa Rodovias 2023 - pela Confederação Nacional do Transporte - dá boa classificação para o Estado, que ficou em 4º lugar entre as Unidades da Federação.
Feita pela CNT e pelos serviços Social e Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST/SENAT), a pesquisa evidencia a falta de investimento de décadas quanto à infraestrutura ao longo das últimas décadas.
Justamente a presença de obras constatada pelos pesquisadores apontam que, futuramente, as próximas edições podem trazer um cenário completamente diferente.
Importante frisar que essa pesquisa é realizada há quase 30 anos. O modo rodoviário movimenta cerca de 65% das cargas e 95% dos passageiros no território nacional, sendo que - conforme o Sistema Nacional de Viação - a malha brasileira estende-se por 1,7 milhão de quilômetros de rodovia.
Desse total, apenas 12,4% são pavimentados, que totalizam 213,5 mil quilômetros. Nesse universo, 111.502 quilômetros foram avaliados na edição deste ano, valor que representa 52,2% da extensão pavimentada.
Ainda, como bem destaca a pesquisa, a falta de pavimento resulta em viagens por rotas mais longas, desviando de trechos não pavimentados; ou mesmo deslocando por essas vias, onde as velocidades e condições de tráfego são inferiores às das pavimentadas.
Hélio Peluffo, titular da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seilog), ressaltou o investimento de R$ 1,8 bilhão em 2023 para ampliação da malha viária de MS.
"Vamos continuar nesta sequência de investimentos, com a contratação de um empréstimo de R$ 2,3 bilhões junto ao BNDES. É uma antecipação de recursos para acompanharmos o aporte privado que o Estado vem recebendo", afirmou em material divulgado pelo Governo.
Detalhada, a pesquisa indica que a melhor avaliação - somados os conceitos "ótimo e bom" - foi para o Estado de São Paulo (74%), seguido por Rio de Janeiro (53,7%); Distrito Federal (45,6%) e Mato Grosso do Sul (43,8%).
Entre as regiões, o Sul destaca-se pela maior concentração de vias pavimentadas (20,5 km/mil km²), "o que corresponde a uma melhor oferta de infraestrutura e de ligações entre os seus núcleos populacionais e econômicos", evidencia a pesquisa.
No sentido oposto aparece a região Norte (2,7 km/mil km²), que, com baixa densidade populacional e polos urbanos afastados entre si, encara problemas de acessibilidade e conectividade, o que evidencia diferenças em termos de desenvolvimento regional.
Já o Centro-Oeste possui a segunda pior densidade da malha rodoviária federal, sendo 7,3 km/mil km². Como bem detalha a CNT, rodovias em condições precárias aumentam os custos com logística das empresas, pelas despesas adicionais com manutenção dos veículos e maiores de combustível e tempos de viagem.
Ainda entre as regiões, o Centro-Oeste também possui a menor frota de veículos, saltando de 6.937.436 para 10.956.810 em uma década, entre 2012 e 2022.
Dos 4.738 km de extensão total pesquisada, quanto à classificação do estado geral do o pavimento das rodovias de MS fica descrito como:
Em 2023, os dados foram coletados por 20 equipes de pesquisa, que, saindo de 12 capitais, avaliaram 111.502 quilômetros no período de 32 dias. Os objetivos específicos são:
Para obter esses dados, a pesquisa se baseia em três modos distintos, sendo a análise visual do pesquisador; pelo captura de vídeo e avaliação por algoritmo de inteligência artificial, além do mapeamento prévio em escritório.
Esse terceiro modo é feito em cima da base de dados de edições anteriores das pesquisas CNT de Rodovias, assim como em bases georreferenciadas de uso público.
Em todo o País foram avaliados 111.502 quilômetros de rodovias, incluindo a totalidade das rodovias federais pavimentadas (67.659 quilômetros) e 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais também pavimentados.
Leo Ribeiro/CorreioDoEstado