Diante do cenário de insegurança no Estado - no Brasil e no mundo -, o Governo de Mato Grosso do Sul anunciou na manhã desta quarta-feira (12) que deve ampliar o serviço videomonitoramento e incluir 48 (das 347 totais) novas escolas na vigilância eletrônica.
Com isso, Mato Grosso do Sul, que atualmente monitora 250 escolas pelo sistema de vigilância eletrônica, deve atingir 85% das unidades escolares monitoradas por vídeo.
Entretanto, para atingir a plenitude desses números, conforme o próprio governador Eduardo Riedel, MS esbarra em problemas estruturais, sem a cobertura de internet necessária no Estado, uma vez que Mato Grosso do Sul possui diversas escolas indígenas e unidades escolares pelo interior.
"Hoje temos, já acontecendo, duzentas e cinquenta e poucas escolas e, até o final do mês de abril, pelos próximos 15 dias, 298 escolas (das 347). Não colocamos em todas, pois há aquelas sem conectividade. Vamos buscar solucionar esse problema, pois o monitoramento é extramente importante nessas situações", comenta Riedel.
Durante o evento hoje, na Governadoria, estavam presentes diversas autoridades ligadas à educação e segurança pública, para o anúncio do reforço e ampliações de medidas já praticadas pelo Governo do Estado.
Sobre o próprio videomonitoramento, que acontece 24h, por sete dias semanais, Riedel esclarece o efeito que esse acompanhamento pode surtir naquele aluno, estimulado de alguma forma a praticar um ato de violência.
"Isso evita problema? Pode ser que sim! O aluno monitorado pode repensar antes de uma determinada medida. E o monitoramento vem acompanhada da resposta em tempo real", pontua.
Para Riedel, é preciso usar a tecnologia, inteligência e recursos disponíveis, para mitigar esses atos violentos espalhados que se repetem.
"Quando ocorre um problema na escola, com o botão do pânico, em pouquíssimo tempo - até seis minutos - uma força de atendimento estará presente na escola", reforça o governador sobre uma das medidas de segurança ampliadas.
Como apontou o titular da Secretaria de Estado de Educação (SED), Hélio Daher, essa cobertura será ampliada e reforçada, assim como haverá o lançamento de dois núcleos a serem implantados.
"Para que qualquer tipo de ameaça seja rapidamente apurada, as escolas terão os monitoramentos das entradas e imediações reforçados".
Dos novos núcleos, Daher esclarece que um será de preparação, que será para pesquisa e prevenção de acidentes nas escolas (que envolvem ameaças, incêndios, etc).
Ainda, ele pontua que o segundo trata-se de um núcleo de inteligência e segurança escolar, lançado hoje (12).
"Que servirá para implementação de ações de inteligência nas escolas, focado na identificação e ação rápida em estudantes".
Também, o Governo do Estado, através da SED, planeja a distribuição de cartilhas, com encontro de formação para diretores, sobre como proceder nessas situações de perigo. As orientações devem ser, inclusive, estendidas para as famílias dos alunos.
"Para ficarem por dentro daquilo que acontece, principalmente na influência da internet nos nossos jovens e crianças. Muito disso acontece pelo acesso às mídias. A gente também vai ter orientações focadas para as famílias", diz Hélio.
Diante da possibilidade de um ataque, que vem sendo anunciado nas redes sociais como marcado para o próximo dia 20, Hélio Daher frisa que não haverá suspensão das aulas.
"Essa questão é no mundo inteiro. Essas pessoas na internet só mudam o nome da escola com a mesma imagem, que está sendo multiplicada constantemente. A gente não pretende suspender aulas, a Educação não vai alterar sua rotina, inclusive estamos estudando um grande dia de reflexão sobre a violência na escola no dia 20", salientou
Presente na reunião, a Coronel da Polícia Militar, Neidy Centurião, diz haver equipes do grupo de gerenciamento observando o monitoramento das escolas, sendo que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) prometeu para hoje a tarde, o chamamento do centro integrado de comando e controle.
"Não se assustem com o sobrevoo de helicópteros sobre as escolas. É uma forma preventiva. Estamos observando todos os processos de prevenção, até nos preparando para um possível evento. Certamente não acontecerá em MS".
Ela frisa que, na segurança pública de Mato Grosso do Sul, existe uma participação efetiva nas escolas há anos, comprometimento esse com o corpo escolar, que em outros locais maiores, não é replicado.
"Esses momentos acontecem para nosso crescimento profissional e pessoal. É mais uma demonstração de força e possibilidade de atendimento imediato. O helicóptero é simplesmente para dizer que, o Estado vai usar todas as forças: cavalaria; o Choque ou o BOPE se precisar, estamos todos imbuídos nessa proteção", finaliza.
Leo Ribeiro/CorreioDoEstado
