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Em tempos de Copa do Mundo, futebol feminino em MS é só no 'terrão''

Enquanto a bola rola nos impecáveis gramados na Oceania, o Estado não tem time profissional feminino ativo

Publicada em 25/07/2023 às 09:56h

por Redação


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Em tempos de Copa do Mundo, futebol feminino em MS é só no 'terrão''
Jogadoras de futebol feminino jogando em campo de terra, os conhecidos terrões  (Foto: Beatriz Vargas)

A segunda-feira (24) foi marcada pela estreia da Seleção Brasileira de futebol feminino na Copa do Mundo da modalidade. O time comandado pela técnica sueca Pia Sundhage goleou a Seleção do Panamá por 4 a 0. O resultado deu a liderança ao plantel canarinho do grupo que tem ainda França e Jamaica.

Enquanto a bola rola de forma bem estruturada nos dez estádios da Austrália e Nova Zelândia, sedes do Mundial, aqui em Mato Grosso do Sul não há times profissionais ativos e a realidade para as equipes amadoras é o popular terrão (campo de terra situado normalmente em praças).

A FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) é quem organiza as competições de futebol feminino no Estado. O Campeonato Sul-Mato-Grossense dá vaga para o Campeonato Brasileiro Série A3.

Já para 2023, a FFMS informou que começou o planejamento, mas ainda não há data e não a quantidade de clubes confirmados para a edição do presente ano. Na edição de 2022, o Operário foi o campeão e a Serc, de Chapadão do Sul, ficou com o vice-campeonato.

Para este ano, a diretoria da Serc informou através do diretor Paulo Henrique Gonzaga, que não participará do Campeonato Estadual feminino. "Acabei de formalizar que não iremos participar neste ano. Os custos são muito altos", afirmou o representante.

O Galo é o atual bicampeão sul-mato-grossense. No Estadual de 2022, que teve dois grupos com três times, totalizando seis clubes, o Operário sobrou. Isso deu vaga para a primeira fase do Brasileiro, mas o time acabou eliminado.

Na ida, vitória por 2 a 1 no Estádio Jacques da Luz. Porém, o jogo de volta diante do Toledo no Paraná foi 2 a 0 para as locais. O sonho acabou por ali. Atualmente, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem três divisões nacionais do Campeonato Brasileiro (Série A1, A2 e A3).

Relato das atletas  - O cenário para muitas atletas é de sempre ter que dividir as funções esportivas com outra atividade profissional. Esse é o caso da volante Bruna Elisbão, de 32 anos. Ela também é professora de Educação Física e atua pela Serc. "Não vivo do futebol, sou formada em Educação Física e atuou com professora de futsal nas escolas estaduais e municipais", disse.

Ela opina que atualmente tem melhorado o incentivo da modalidade no Estado, mas que o caminho é longo. "Acredito se tivesse uma divulgação igual tem no masculino ajudaria ainda mais o feminino a crescer e as pessoas acompanharem".

A carreira da professora começou na Escola Estadual Irmã Batira Gardes, depois passou pelo Colégio ABC e entrou na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), onde se formou. Sobre o Mundial, Bruna disse que tenta acompanhar, mas se torna difícil devido aos horários.

Também volante, Yasmin Custódio, de 20 anos, defende as cores do Operário e foi campeã estadual. Ela estava em campo na eliminação para o Toledo no Brasileiro. Ela analisou que a modalidade no Estado é ainda deixada de lado.

Precisamos mais de apoio, de quem realmente acredita em nós . Espero que depois da Copa do Mundo venha mais patrocínio, mais pessoas que queiram investir no futebol feminino", afirma Yasmin.

Diferente da Bruna, a volante só tem como profissão ser jogadora. A atleta de 20 anos disse que está acompanhando os jogos da Copa. Ela finaliza exaltando que se tiver mais apoio, o futebol feminino crescerá ainda mais.

Bom exemplo - O Club Atlético Santistas, de Campo Grande, fundado no dia 12 de novembro de 2011, é uma das referências em futebol feminino no Estado de Mato Grosso do Sul.

O Atlético Santista entrou em atividade na Avenida Dom Antônio Barbosa e ficou lá até 2019. Inicialmente, o clube só tinha futebol no naipe masculino. O projeto feminino começou em 2017, mas não teve muito êxito. O tempo passou e hoje é o foco do clube atendendo nas categorias sub-13, sub-15, sub-17 e adulto.

O fundador, presidente e treinador Edelson Ortiz Cordeiro, de 31 anos, explicou que a pandemia de coronavírus dificultou a operação do projeto a partir de 2020. "Em 2020, após a pandemia, perdemos muitos parceiros pela crise que foi instalada por conta dessa doença".

A agremiação conta com 41 atletas e a diretoria formada pelo Edelson, o auxiliar Gilson Martins; coordenadora administrativa Regiane Higa e a tesoureira Beatriz Vargas. O presidente reforça que não tem investimento do poder público e se mantém com o apoio de alunos parceiros.

As meninas que compõem o time participaram de seletiva fora do Estado neste mês de julho. A 'peneira' foi em Araraquara-SP para a Ferroviária. A Associação do interior paulista é uma das principais equipes do Brasil. A atleta Raissa Ferreira foi selecionada.

Brasil no Mundial - O Brasil está no grupo F da Copa do Mundo e enfrentará a França no próximo sábado (29), às 6h (de MS). O último compromisso na fase de grupos será diante da Jamaica, na quarta-feira (2), no mesmo horário.

Gabriel de Matos/CampoGrandeNews










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