A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, aprovada em julho durante encontro de representantes do G20, é uma prioridade do Brasil à frente do grupo.
O objetivo é apoiar e acelerar os esforços para erradicação da fome e da pobreza, enquanto reduz as desigualdades.
O compromisso é reverter o retrocesso no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1, a erradicação da pobreza e 2, fome zero e agricultura sustentável.
A ideia de formar a aliança é uma iniciativa do presidente Lula, que começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a chefia do G20 em Nova Delhi, na Índia, no ano passado.
O lançamento oficial está previsto para ocorrer em paralelo à Cúpula de Líderes do G20, em novembro.
Renato Godinho, assessor especial de assuntos internacionais do ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e um dos coordenadores da Força Tarefa do G20 para estabelecimento da aliança, destaca a importância do projeto.
“Todos os países das Nações Unidas em 2015 acordaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com a meta de serem alcançados em 2030. E agora o mundo não está nos trilhos para alcançar essas metas. Elas estão em grande perigo. Faltam cinco anos. E por isso a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza vem para tentar ações para reverter isso”.
A Aliança está organizada em três pilares: o nacional, o financeiro e o de conhecimento.
O processo de adesão está aberto para governos nacionais, organizações internacionais, bancos multilaterais de desenvolvimento, centros de conhecimento, e filantropias que queiram apoiar a Aliança e assinar a Declaração de Compromisso.
A adesão pode ser feita não somente por membros do G20, mas por todos os países interessados.
Renato Godinho explica como essa adesão pode ser feita.
“A adesão à Aliança é um processo simples. Nesta força-tarefa do G20 foi aprovado um modelo de uma declaração de compromisso. É uma declaração política, em que qualquer país ou organização que se qualifique, e que queira entrar na Aliança, ela expressa lá seu compromisso. É uma declaração política que os países submetem e a partir daí já são considerados membros da Aliança”.
A iniciativa ocorre especialmente diante do retorno do Brasil ao Mapa da Fome. Em 2022, 33 milhões de pessoas estavam nesta situação no país.
A grande meta nacional é garantir que cada brasileiro e brasileira possa ter segurança alimentar e nutricional com, no mínimo, três refeições por dia.
Segundo relatório da FAO, também em 2022 o número de pessoas que passam fome no mundo aumentou em 122 milhões em relação a 2019, antes da pandemia de Covid-19.
O G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, engloba 2/3 da população mundial, responde por cerca de 85% do PIB mundial e 75% do comércio internacional.
As decisões do grupo ajudam na construção de políticas públicas com impacto em todo o planeta.
Carolina Pessoa/RádioNacional-RJ
Edição: Roberto Piza/Fran de Paula