O aumento do preço da celulose e da carne bovina no mercado externo, e a consequente maior demanda por esses produtos no ano passado, fez com que o Estado de Mato Grosso do Sul exportasse o segundo maior volume da série histórica de sua balança comercial.
O Estado vendeu para outros países, de janeiro a dezembro de 2024, US$ 9,96 bilhões em produtos, quantia ligeiramente menor que os US$ 10,6 bilhões exportados em 2023, recorde do Estado.
Os números, obtidos junto ao Ministério da Indústria e Comércio e à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), permitiram que o Estado encerrasse o ano com um saldo de US$ 7,1 bilhões na balança comercial (a diferença entre exportações e importações).
O saldo foi ligeiramente menor que o de 2023, que também é um recorde para a história de Mato Grosso do Sul: naquele ano, a diferença entre exportações e importações ficou em US$ 7,56 bilhões.
A redução nas importações, principalmente de gás natural, contribuiu para um saldo de 2024 próximo ao do ano anterior.
Em 2024, o Brasil importou, via Mato Grosso do Sul, 3,8 milhões de m³ de gás natural da Bolívia, por US$ 1,16 bilhão, enquanto em 2023 foram comprados 4,4 milhões de m³ de gás natural, por US$ 1,3 bilhão.
Apesar do declínio da soja como o principal item da balança comercial de Mato Grosso do Sul, ela ainda fechou o ano de 2024 como o principal produto da cesta de exportações do Estado.
A queda no faturamento com a oleaginosa, contudo, foi de 27,9%.
Enquanto em 2023 foram exportadas 7,6 milhões de toneladas de soja, por US$ 3,9 bilhões, no ano passado as exportações de 6,5 milhões de toneladas de soja de Mato Grosso do Sul renderam US$ 2,85 bilhões.
Já as exportações de celulose tiveram um salto, tanto em faturamento quanto em volume. A entrada em operação da megafábrica de celulose da Suzano, o Projeto Cerrado, no segundo semestre de 2024, contribuiu para os bons resultados.
O aumento no faturamento foi de 79%. Em 2023, a celulose produzida em Mato Grosso do Sul resultou em receitas de US$ 1,48 bilhão. Já em 2024, as receitas saltaram para US$ 2,65 bilhões.
No ano passado, a celulose representou 26,6% das receitas de exportações do Estado, enquanto a soja, que já foi responsável por 37% das exportações em 2023, representou 28,7% das exportações de Mato Grosso do Sul.
O volume exportado de celulose subiu de 3,9 milhões de toneladas para 4,63 milhões de toneladas.
A carne bovina também se destacou como item de exportação em Mato Grosso do Sul em 2024. O faturamento com as exportações atingiu US$ 1,22 bilhão no ano passado, enquanto em 2023 foram US$ 915 milhões.
Hoje, o item representa 12,3% da receita com exportações do Estado. No ano passado, sua participação era de 8,6%.
Foram exportadas 257 mil toneladas de carne em 2024, contra 192,7 mil toneladas no ano anterior.
Também houve queda expressiva na exportação de milho (-78,2%), gorduras e óleos vegetais (-54,8%) e minério de ferro (-29,8%).
Houve um pequeno aumento na receita com a exportação de carne de aves: 2,1%.
Fonte: MDIC/Semadesc
Eduardo Miranda/CorreioDoEstado