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Com ajuda árabe, usinas saem do 'buraco' e lucram meio bilhão em Mato Grosso do Sul

Sheiks investiram R$ 500 milhões na Atvos e após cinco anos foi encerrada a recuperação judicial. Lucro foi turminado pela venda de créditos de carbono

Publicada em 29/07/2024 às 11:43h

por Redação


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Com ajuda árabe, usinas saem do 'buraco' e lucram meio bilhão em Mato Grosso do Sul
Usinas de Nova Alvorada do Sul e de Rio Brilhante lucraram juntas R$ 529 milhões na última safra  (Foto: Reprodução)

Depois do aporte de investidores árabes e do próprio Brasil, duas das três usinas da Atvos em Mato Grosso do Sul recuperaram suas finanças, aumentaram a produção de cana-de-açúcar e fecharam a última safra com lucro líquido superior a meio bilhão de reais, conforme balanços divulgados nesta sexta-feira (26). 

Juntas, as usinas Santa Luzia e Eldorado, respectivamente instaladas em Nova Alvorada do Sul e em Rio Brilhante, anunciaram superávit 348% superior ao do ano anterior, fechando com lucro líquido de R$ 520 milhões, ante R$ 116 milhões no período passado. 

A usina Eldorado, instalada a cerca de 80 quilômetros da zona urbana de Rio Brilhante, havia fechado a safra anterior com prejuízo de R$ 13,4 milhões. No ciclo seguinte, encerrado em março de 2024, contabilizou lucro líquido de R$ 269 milhões. 

Uma das explicações para essa guinada é o aporte financeiro do fundo de investimentos Mubadala, dos sheiks árabes do petróleo, que em setembro do ano passado aportaram R$ 500 milhões para esta e outras usinas do grupo Atvos no Brasil.

Ao todo, conforme anúncio feito no ano passado, as três  usinas do grupo no Estado receberão investimento de R$ 3 bilhões ao longo de três anos.

O dinheiro do petróleo para produzir combustível renovável foi destinado principalmente ao aumento na produção de cana.

Na usina Eldorado, o ano terminou com produção de 4 milhões de toneladas, o que é 29% a mais que as 3,1 milhões de toneladas da safra anterior. A produção chegou perto da capacidade máxima na unidade, que é de 4,1 milhões de toneladas anuais. 

Descarbonização

Com o aumento na produção, também cresceu o faturamento com a venda dos chamados créditos de descarbonização (CBIO). No ano anterior a usina havia faturado R$ 22 milhões, ante R$ 31,3 milhões na safra seguinte. 

O CBIO é um Crédito de Descarbonização ou Crédito de Carbono criado pelo programa governamental RenovaBio, lançado há seis anos pelo Ministério de Minas e Energia (MME).  

A cada CBIO emitido, uma tonelada de carbono deixa de ser lançada na atmosfera. Na usina Eldorado foram emitidos 300 mil créditos de carbono. Estes créditos são comercializados na bolsa de valores, tornando-se um incentivo para a produção de biocombustíveis no país. 

Santa Luzia

O lucro da usina de Nova Alvorada do Sul teve crescimento menor que a de Rio Brilhante, passando de R$ 129 milhões para R$ 251milhões. 

E este lucro somente aumentou por conta da melhora nos preços do açúcar e do etanol, uma vez que a produção de cana recuou de 4,9 para 4,7 milhões de toneladas. A capacidade máxima da usina é de 5,5 milhões de toneladas por ano.

Apesar na queda do volume produzido, o faturamento com a venda de créditos de carbono aumento de R$ de 47,3 milhões para R$ 55,5 milhões, provenientes da emissão de meio milhão de créditos. 

O fundo de investimentos Mubadala Capital, com sede em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, firmou o compromisso para investir nas usinas ainda em 2022 e em setembro do ano passado fez o aporte, conforme informações divulgadas no balanço anual. 

E, foi em setembro também que as usinas da Atvos sairam do estágio de recuperação judicial, situação na qual permaneceram durante cinco anos.  

Em Mato Grosso do Sul, o conglomerado controla ainda a usina de Costa Rica, cujo balanço não foi publicado.

A usina, que tem capacidade para 4 milhões de toneladas, também conseguiu sair da situação de recuperação judicial e era controlada pelo grupo Odebrecht. 

Ao final do investimento de R$ 3 bilhões no Estado, o grupo promete aumentar a capacidade de produção de cana em mais de três milhões de toneladas nas três unidades de Mato Grosso do Sul, onde estão empregadas em torno de quatro mil pessoas. 

A Santa Luzia, por exemplo, havia fechado a safra anterior, com quatro milhões de toneladas, mas tem capacidade para até 5,5 milhões.

A Eldorado, por sua vez, processou R$ 3,1 milhões de toneladas, mas seu potencial é para até R$ 4,1 milhões de toneladas. Em Costa Rica, a capacidade é de cerca de 4 milhões de toneladas por ano. 

FORÇA DO SETOR

Na safra passada, conforme dados divulgados pela Biosul em meados de março, pela primeira vez o volume de cana-de-açúcar no Estado ultrapassou a marca de 50,5 milhões de toneladas.

No ciclo 2016/17 haviam sido produzidas 50,2 milhões de toneladas.

Desta cana foram extraídos 2,1 milhões de toneladas de açúcar e 3,7 bilhões de litros de etanol, quantidade recorde em Mato Grosso do Sul.

O desempenho foi 17% superior que no ciclo anterior e colocou o Estado como o 4º maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil; 4º maior produtor de etanol; 5º maior produtor de açúcar e 4º maior exportador de bioeletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN). 

Atualmente, 19 unidades estão em operação, todas produtoras de etanol hidratado; 12 produtoras de anidro, duas produtoras de etanol a partir do milho e 10 produtoras de açúcar.

Todas as plantas geram eletricidade, somando 2 milhões de MWh de abril a dezembro e 12 exportam o excedente para a rede nacional de energia elétrica.

As lavouras de cana se estendem por cerca de 800 mil hectares, ficando atrás apenas das áreas ocupadas pela soja, milho e dos plantios de eucaliptos.

O setor sucroenergético está presente em mais de 40 municípios do Estado e é responsável por cerca de 30 mil empregos.

Neri Kaspary/CorreioDoEstado










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