O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu na Câmara as medidas adotadas pelo governo para manter a oferta e os preços do arroz no mercado nacional após as chuvas e as enchentes no Rio Grande do Sul.
Ele lembrou que o Brasil produz praticamente o suficiente para consumir, mas a tragédia deu margem à especulação em cima dos preços.
“Tem gente querendo ganhar dinheiro excessivo nas costas da tragédia. Não é culpa dos produtores, nós não vamos precarizar, é essa a mensagem que tem de ser enviada para a Federarroz, aos produtores. Nós vamos incentivar os produtores, ter linha de crédito para os produtores gauchos. Mas, simplesmente, você ter industrias suspendendo vendas, e quando ela volta a vender, ela só volta com 16-18% a mais, em quatro dias? Os próprios fornecedores privados do Mercosul, subiram 30% o preço do arroz com o simples anúncio de que o governo iria comprar 100 mil toneladas”
O Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da produção nacional de arroz. Como os eventos climáticos afetaram as lavouras, os estoques locais e a logística de distribuição, o governo decidiu facilitar a importação, zerando o imposto.
O deputado Afonso Hamm (PP-RS) defendeu os agricultores gaúchos. Segundo ele, causou preocupação uma possível importação de 1 milhão de toneladas de arroz, tida como excessiva ante os 7 milhões produzidos no Rio Grande do Sul.
“A preocupação foi com o anúncio de 1 milhão de toneladas, e isso impacta. Esse monitoramento do mercado vai ter de ser feito com muita responsabilidade para não haver prejuízo também.”
Segundo o ministro, a isenção do imposto na importação havia sido combinada com os produtores brasileiros, e será uma maneira de conter a especulação, mas o governo não vai deixar de apoiar também os produtores. Há recursos para comprar até 1 milhão de toneladas, mas o total importado será decidido após avaliação sobre as perdas efetivamente registradas na atual safra do estado.
Por sugestão do deputado Vicentinho Júnior (PP-TO), o ministro participou de debate na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, a fim de apresentar as prioridades neste ano.
Durante o evento, Carlos Fávaro anunciou ainda que a partir de terça-feira (28), o ministério será transferido de forma itinerante para o Rio Grande do Sul.
Segundo ele, novo programa do governo para recuperação de áreas degradadas, com recursos de organismos internacionais, estará acessível aos gaúchos.
O ministro da Agricultura também comemorou as previsões do próximo Plano Safra, que poderá superar o recorde do atual período, quando o crédito rural à disposição dos produtores brasileiros superou R$ 364,2 bilhões.
Esses recursos também estarão disponíveis para produtores gaúchos.
Da rádio Câmara, de Brasília, com informações de Ralph Machado, Marcello Larcher.