Após a Petrobras anunciar a conclusão da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas no seu plano estratégico de negócios, a expectativa do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, é que a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) seja inaugurada em até dois anos.
"A notícia traz esperança para a comunidade e empresas locais, pois a retomada das obras da UFN3 estava entre as expectativas desde a paralisação em 2014. Com a aprovação do plano estratégico, a Petrobras planeja definir o cronograma nos próximos meses, visando iniciar as obras em 2024 e inaugurar a fábrica em 2026”, disse Verruck.
Ainda segundo o secretário, o presidente Lula (PT) expressou o desejo de inaugurar a fábrica durante seu mandato, que termina em 2026. "É um sinal positivo para a economia local e a indústria de fertilizantes",
O secretário ressalta ainda os esforços do governo estadual para a conclusão da obra, que tem importância estratégica para a economia sul-mato-grossense, principalmente referente a ampliação da produção de combustíveis renováveis, que deve impulsionar o setor do agronegócio na região.
Quando concluída, a UFN3 deve reduzir em 15% a dependência brasileira dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes.
Para isso, no entanto, o desafio é a necessidade de equacionar o fornecimento de gás nos próximos dois anos para atender à demanda estimada em 2,5 milhões de metros cúbicos de gás natural.
“Em resumo, a retomada dos investimentos na fábrica de fertilizantes em Três Lagoas não apenas impulsiona a economia local, mas também reforça o compromisso da Petrobras com a inovação sustentável e a diversificação de sua produção de combustíveis”, concluiu Verruck.
A Petrobras ainda não divulgou as premissas econômicas do plano, que indicam como os investimentos serão financiados, com base nas projeções de geração de caixa, endividamento e pagamento de dividendos aos acionistas.
A obra da UNF3 foi paralisada no fim de 2014, com 81% da construção realizada.
A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.
No ano passado, foram importadas 7,2 milhões de toneladas de ureia e 6,6 milhões de toneladas de amônia pelo Brasil.
Glaucea Vaccari/CorreioDoEstado