A variedade, chamada HB4, conforme o CTNBio, é mais resistente à seca e seria mais apropriada a ser semeada em regiões de restrição hídrica como o Cerrado ou a região Nordeste, onde o cereal vem sendo cultivado desde 2018.
O pedido para o cultivo e a comercialização do cereal geneticamente modificado foi protocolado pela empresa Tropical Melhoramento e Genética (TMG) junto ao CTNBio em novembro do ano passado. A empresa é parceira da argentina Bioceres, que é a detentora da variedade.
Em um comunicado à imprensa, a Bioceres confirmou a aprovação e indicou que a partir de agora, buscará parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para desenvolver variedades subtropicais de trigo e aumentar a oferta do cereal no Brasil.
De acordo com a empresa, o uso de HB4 em alimentos, além do Brasil, já é autorizado nos Estados Unidos, Colômbia, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Nigéria. Em rações, o seu uso foi aprovado na Indonésia.
Trigo no Brasil – A aprovação do plantio do trigo transgênico no Brasil pode levar o país, a autossuficiência, em alguns anos. Na safra 2021/2022, o país produziu o maior volume de trigo da História, com 9,5 milhões de toneladas. A demanda interna pelo produto é em torno de 12,5 milhões de toneladas, por isso, o Brasil ainda é um país importador do cereal, principalmente da Argentina.
No ano passado, o país vizinho teve problemas com o clima e produziu em torno de 16 milhões de toneladas de trigo. Em 2021, a produção chegou a 22 milhões de toneladas. A Bioceres, fabricante do HB4, afirmou que, mesmo nas condições severas, a variedade teve um aumento de rendimento de 43%.