Para incentivar o desenvolvimento da pecuária sustentável do Pantanal, a Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável, se uniram para discutir os próximos passos do projeto em Mato Grosso do Sul. Hoje, o estado conta com 90 produtores, que por ano, abatem de 50 mil a 70 mil cabeças de gado com a certificação.
O principal objetivo da reunião é discutir ações e metas que ajudem no avanço da produção, na divulgação da sustentabilidade da carne pantaneira e o diferencial da sua produção, para assim ganhar mercados consumidores cada vez mais exigentes.
Para ser considerada sustentável, o gado precisa ter identificação desde o nascimento, inclussive indicando quem é a mãe. O boi também não pode ser alimentado, em nenhuma fase da vida, com rações que contenham agrotóxicos (milho, soja, sorgo) nem receber antibióticos. O tratamento preventivo só pode ser feito com homeopatia e fitoterapia e o rebanho deve ser criado em áreas sem desmatamento ilegal.
Segundo Eduardo Cruzetta, presidente da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável, a parceria com o Governo de Mato Grosso do Sul deve ajudar a aumentar o número de produtores e também as pesquisar que são realizadas na região para o desenvolvimento do gado.
“Estamos buscando nosso selo de indicação geográfica da carne do Pantanal, além disso das demandas que temos com relação a pesquisa na área do Pantanal, a pesquisa para desenvolvimento da nossa pecuária, de forma mais sustentável e equilibrada, em consonância com o ambiente pantaneiro”, explicou Eduardo.
Também foram discutidas estratégias para consolidar a carne do Pantanal como um produto diferenciado e maior valor agregado, tudo para que o retorno aos produtores seja melhor. Uma das ações anunciadas na reunião, é um evento ainda este ano para divulgar a produção sul-mato-grossense: o Pantanal Meat Fashion.
O evento deve acontecer em Campo Grande e ainda não tem data marcada. Outra ação definida é a ampliação do desenvolvimento de pastagens nativas pelo estado, e a indicação da carne pantaneira a Indicação Geográfica (IG), que é o reconhecimento de produtos ou serviços que apresentam uma origem geográfica específica e que possuem qualidades e reputação relacionadas ao local de origem.
“Temos demandas com as questões de infraestrutura, de apoio aos produtores, que eles possam também trazer novas tecnologias e ferramentas, como por exemplo, para controle e diminuição da predação por grandes felinos. São uma série de ação que estão sendo feitas para buscar essa melhoria, aumento na produtividade e valorização da Carne Pantaneira”, explicou Eduardo.
Segundo Eduardo, além da certidão, o gado deve ter rastreabilidade, o pecuarista deve adotar o protocolo de produção, que envolve todas as prerrogativas de bem-estar animal e de segmento da legislação brasileira e estadual sobre as questões do meio ambiente, com todas as questões legais regularizada.
Ainda conforme Eduardo, a expectativa é que a quantidade de produtores cresça rapidamente. “A gente está em um crescimento, consistente do número de produtores”. Nos últimos tempos, pequenos e médios produtores estão investindo na carne Pantaneira. Para incentivar a criação de gado, o governo oferece subsídio de até 70%.
RedaçãoPP/Geisy Garnes